sábado, 15 de fevereiro de 2014

A expectativa do parto

Quando alguém me aborda pela primeira vez, a primeira pergunta é se é menino ou menina. A segunda pergunta sempre é sobre o nome e a terceira, se eu quero parto normal ou cesárea.Essa é a ordem sempre!
E de vez em quando perguntam se vou tentar parto normal,já assumindo que muitas mulheres querem normal mas não aguentam por n motivos e acabam indo para cesárea, pergunta que não é por maldade, mas é o que acontece frequentemente.

Repondo: menino, Murilo (as vezes da vontade de falar um nome nada a ver para ver a reação das pessoas kkkkk) e por fim eu repondo, quem decide o tipo de parto vai ser ele, apesar de eu estar me preparando para o parto normal. Falo normal porque não quero estender  o assunto com uma pessoa que nem conheço. Quero mesmo um parto natural mas somente na hora é que vou saber como vai ser, se eu vou aguentar a dor até obter dilatação suficiente, se o bebê está encaixado, se minha pressão está normal, se ele está bem e n fatores! Tenho uma gestação tranqüila e saudável a chance de dar alguma coisa errada é baixa, mas existe. Portanto não crio expectativas, não quero pensar muito, pois expectativas só leva a frustração.

Esse foi um tema discutido no grupo de gestantes no samauma. Está sendo divulgado um vídeo de um parto natural pélvico, ou seja um parto natural onde o bebê estava sentado e mesmo assim nasceu de parto vaginal, saindo os pezinhos primeiro e só por ultimo a cabeça. Eu nem sabia que isso era possível, para mim, bebê sentado só conseguiria nascer por cesárea senão morria. Doce engano.
Foi um vídeo incrível! A angústia do momento, a felicidade quando nasceu!
E na discussão do grupo uma mãe passou por situação semelhante mas optou pela cesárea e hoje ele se martiriza, se envergonha, se arrepende, se sente impotente, se sente frustada por não ter conseguido parto natural e a outra conseguiu!

E é por isso que não crio expectativas em relação ao parto, pois não tem como prever como vai ser, não sei o que vou sentir na hora. E escrevi para essa mãe dizendo que eu não teria coragem de arriscar um parto natural se eu descobrisse na hora que o bebê está sentado, primeiro que já entra para uma situação de risco, segundo que se podemos facilitar, pra que complicar? E além disso, sendo o primeiro filho, sei lá, as neuras crescem, o medo fica maior ainda, se o parto já é incerto, quando o bebê está encaixado, as incerteza quando o bebê está sentado é maior ainda! E o medo é o que nos faz diminuir os riscos, é o que nos freia, é o que nos permite sobreviver.

Falei que ela não foi fraca, ela fez o que foi melhor para ela e para o bebê naquele momento. Agir sobre pressão não é fácil, a gente toma a decisão que conseguia tomar naquele momento. Na hora o que a deixou segura foi a cesárea e isso não é vergonhoso. Ainda bem que temos escolhas, a tecnologia existe para nos ajudar.

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